Observabilidade e monitoramento: o que são e como aplicá-los

Devido à crescente complexidade dos sistemas de TI, tornou-se comum a ocorrência de erros e falhas que, por vezes, estão além da compreensão dos próprios desenvolvedores. Por isso, o monitoramento e a observabilidade vêm se tornando atividades complementares, fundamentais para a qualidade do funcionamento de um sistema e dos vários serviços a ele conectados. 

“Mas observabilidade e monitoramento não são a mesma coisa?!”.

Esse é um engano comum, cometido por muitos profissionais. Não por falta de conhecimento, mas principalmente porque o conceito de observabilidade passou por modificações importantes nos últimos anos. 

Portanto, este conteúdo foi criado para facilitar a compreensão da diferença entre os papéis das duas atividades. Para deixá-lo ainda mais completo, também explicamos os princípios necessários para aplicar tanto a observabilidade como o monitoramento.

Então, continue a leitura e entenda por que os dois conceitos não tratam da mesma coisa e qual o papel de cada uma dessas atividades em contextos de sistemas de TI.

Qual a diferença entre observabilidade e monitoramento?

Teoricamente, monitoramento é um conceito mais antigo, que precede o de observabilidade. A função fundamental dessa atividade é possibilitar uma reação mais rápida e assertiva a qualquer problema que influencie no comportamento de uma aplicação ou sistema.

O monitoramento ainda desempenha um papel preventivo, pois, como a atividade pressupõe o acompanhamento de índices, métricas e tendências de comportamento, pode ajudar a antecipar um problema antes que ele cause prejuízos ao sistema.

Todavia, o monitoramento não necessariamente pressupõe a explicação do porquê o sistema ter apresentado um determinado comportamento. Desse modo, essas explicações só podem ser satisfatoriamente respondidas quando existe observabilidade do sistema. 

Ou seja, o monitoramento consegue ajudar a prever e detectar um problema de forma ágil, enquanto a observabilidade é o que gera a capacidade de explicar por que o sistema se comportou dessa forma.

Na prática, isso quer dizer que a observabilidade não é imprescindível para realizar o monitoramento. É perfeitamente possível se concentrar no monitoramento de problemas recorrentes e, assim, evitá-los.

Contudo, essa prática não é adequada para o surgimento de falhas consideradas “imprevisíveis”. 

Logo, o monitoramento pode ser muito mais eficiente se houver uma boa observabilidade do sistema. É justamente essa segunda atividade que possibilita a percepção de tendências não habituais e que podem causar falhas inesperadas em sistemas ou aplicações.

Para traduzir esses conceitos em práticas, vamos aos próximos tópicos, em que explicamos os princípios necessários para aplicar observabilidade e monitoramento.

observabilidade e monitoramento

Como aplicar a observabilidade?

O conceito de observabilidade, como aplicado no contexto de TI e DevOps, surgiu da chamada Teoria do Controle, que defende a compreensão dos estados internos dos sistemas a partir das relações observadas nas entradas e saídas.

Basicamente, observabilidade consiste na capacidade de explorar, coletar e analisar dados e gerar métricas para manter um diagnóstico em tempo real de tudo o que ocorre no interior de um sistema e nas suas aplicações.

A partir dessas métricas são identificados os padrões de comportamento, permitindo a criação de alertas para otimizar a solução de incidentes. Essa prática melhora tanto a performance dos sistemas como a sua segurança, o que impacta diretamente na experiência do usuário.

De forma contemporânea, costumamos chamar a Observabilidade de “o Monitoramento da era da nuvem”.

Para atingir os objetivos desejados, a observabilidade deve se sustentar sobre os pilares que apresentamos a seguir.

Logs

Os “logs” são os registros imutáveis das atividades que acontecem em um sistema. Eles servem para registrar o que aconteceu dentro do sistema, mantendo um histórico de atividades.

O registro de logs é uma prática comum em qualquer contexto de desenvolvimento de sistemas. Contudo, normalmente os logs só são consultados quando surge algum problema.

Assim, para a observabilidade, o registro de logs é muito valioso e adquire centralidade no acompanhamento do comportamento do sistema. Nesse caso, eles devem ser armazenados de forma estruturada, permitindo a sua leitura por humanos e máquinas. 

Com a ajuda de uma ferramenta adequada para o gerenciamento dos logs, tem-se um grande recurso para compreender quando e por que um problema deve ocorrer. Assim, é possível se antecipar na busca por uma solução.

Métricas

Além de serem parte fundamental do monitoramento, as métricas aplicadas à observabilidade também são valiosas formas de otimizar o desempenho de aplicações e aprimorar a infraestrutura do sistema. 

Nesse caso, as métricas se dividem em dois tipos essenciais:

  • Métricas de técnica: relacionadas a aspectos como velocidade do sistema, uso de memória do servidor, estado da CPU, entre outros clusters e kubernetes. 
  • Métricas de negócio: vinculadas a áreas de vendas, marketing e demais setores que, de algum modo, podem influenciar no desempenho do sistema e nos resultados da empresa.

Rastreamento

O rastreamento, ou rastreabilidade, é o que permite que uma solicitação, partindo de qualquer parte do sistema, possa ter seu percurso acompanhado do início ao fim. 

Nesse caso, o objetivo é ter a totalidade de informações necessárias para verificar erros, tempo de resposta e consultas ao banco de dados feitas em busca de uma solução. 

Para essa função, as empresas podem adotar ferramentas APM (Application Performance Monitoring) ou então buscar soluções especializadas de Rastreamento como o Jaeger. OpenTelemetry ou AWS X-Ray.

Como aplicar o monitoramento?

O papel desempenhado pelo monitoramento reside em responder a duas questões fundamentais: “o que está quebrado?” e “por que está quebrado?”.

Portanto, o monitoramento possibilita que a equipe acompanhe e compreenda o funcionamento de um sistema. Para isso, quanto mais observabilidade houver, mais eficiente será o monitoramento.

Para aplicar o monitoramento, é necessário contar com uma tecnologia adequada para esse propósito. Essa tecnologia deve ser capaz de automatizar o monitoramento de métricas e comportamentos de interesse para que eles possam servir ao aprimoramento da infraestrutura.

Para todas as funções necessárias, felizmente, hoje o mercado conta com excelentes opções de softwares que tornam o trabalho de observabilidade e monitoramento muito mais prático, liberando a equipe de desenvolvedores para lidar com outras demandas prioritárias.

Porém, é importante levar em conta que a observabilidade e o monitoramento, por si só, não vão resolver os problemas causados por falhas imprevistas. Para isso, é necessário contar com uma equipe preparada para lidar com a gestão de incidentes. Então, aproveite e continue atualizando seus conhecimentos aprendendo o que é a gestão de incidentes e como aplicá-la!

Observabilidade e monitoramento: o que são e como aplicá-los

observabilidade e monitoramento

Devido à crescente complexidade dos sistemas de TI, tornou-se comum a ocorrência de erros e falhas que, por vezes, estão além da compreensão dos próprios desenvolvedores. Por isso, o monitoramento e a observabilidade vêm se tornando atividades complementares, fundamentais para a qualidade do funcionamento de um sistema e dos vários serviços a ele conectados. 

“Mas observabilidade e monitoramento não são a mesma coisa?!”.

Esse é um engano comum, cometido por muitos profissionais. Não por falta de conhecimento, mas principalmente porque o conceito de observabilidade passou por modificações importantes nos últimos anos. 

Portanto, este conteúdo foi criado para facilitar a compreensão da diferença entre os papéis das duas atividades. Para deixá-lo ainda mais completo, também explicamos os princípios necessários para aplicar tanto a observabilidade como o monitoramento.

Então, continue a leitura e entenda por que os dois conceitos não tratam da mesma coisa e qual o papel de cada uma dessas atividades em contextos de sistemas de TI.

Qual a diferença entre observabilidade e monitoramento?

Teoricamente, monitoramento é um conceito mais antigo, que precede o de observabilidade. A função fundamental dessa atividade é possibilitar uma reação mais rápida e assertiva a qualquer problema que influencie no comportamento de uma aplicação ou sistema.

O monitoramento ainda desempenha um papel preventivo, pois, como a atividade pressupõe o acompanhamento de índices, métricas e tendências de comportamento, pode ajudar a antecipar um problema antes que ele cause prejuízos ao sistema.

Todavia, o monitoramento não necessariamente pressupõe a explicação do porquê o sistema ter apresentado um determinado comportamento. Desse modo, essas explicações só podem ser satisfatoriamente respondidas quando existe observabilidade do sistema. 

Ou seja, o monitoramento consegue ajudar a prever e detectar um problema de forma ágil, enquanto a observabilidade é o que gera a capacidade de explicar por que o sistema se comportou dessa forma.

Na prática, isso quer dizer que a observabilidade não é imprescindível para realizar o monitoramento. É perfeitamente possível se concentrar no monitoramento de problemas recorrentes e, assim, evitá-los.

Contudo, essa prática não é adequada para o surgimento de falhas consideradas “imprevisíveis”. 

Logo, o monitoramento pode ser muito mais eficiente se houver uma boa observabilidade do sistema. É justamente essa segunda atividade que possibilita a percepção de tendências não habituais e que podem causar falhas inesperadas em sistemas ou aplicações.

Para traduzir esses conceitos em práticas, vamos aos próximos tópicos, em que explicamos os princípios necessários para aplicar observabilidade e monitoramento.

observabilidade e monitoramento

Como aplicar a observabilidade?

O conceito de observabilidade, como aplicado no contexto de TI e DevOps, surgiu da chamada Teoria do Controle, que defende a compreensão dos estados internos dos sistemas a partir das relações observadas nas entradas e saídas.

Basicamente, observabilidade consiste na capacidade de explorar, coletar e analisar dados e gerar métricas para manter um diagnóstico em tempo real de tudo o que ocorre no interior de um sistema e nas suas aplicações.

A partir dessas métricas são identificados os padrões de comportamento, permitindo a criação de alertas para otimizar a solução de incidentes. Essa prática melhora tanto a performance dos sistemas como a sua segurança, o que impacta diretamente na experiência do usuário.

De forma contemporânea, costumamos chamar a Observabilidade de “o Monitoramento da era da nuvem”.

Para atingir os objetivos desejados, a observabilidade deve se sustentar sobre os pilares que apresentamos a seguir.

Logs

Os “logs” são os registros imutáveis das atividades que acontecem em um sistema. Eles servem para registrar o que aconteceu dentro do sistema, mantendo um histórico de atividades.

O registro de logs é uma prática comum em qualquer contexto de desenvolvimento de sistemas. Contudo, normalmente os logs só são consultados quando surge algum problema.

Assim, para a observabilidade, o registro de logs é muito valioso e adquire centralidade no acompanhamento do comportamento do sistema. Nesse caso, eles devem ser armazenados de forma estruturada, permitindo a sua leitura por humanos e máquinas. 

Com a ajuda de uma ferramenta adequada para o gerenciamento dos logs, tem-se um grande recurso para compreender quando e por que um problema deve ocorrer. Assim, é possível se antecipar na busca por uma solução.

Métricas

Além de serem parte fundamental do monitoramento, as métricas aplicadas à observabilidade também são valiosas formas de otimizar o desempenho de aplicações e aprimorar a infraestrutura do sistema. 

Nesse caso, as métricas se dividem em dois tipos essenciais:

  • Métricas de técnica: relacionadas a aspectos como velocidade do sistema, uso de memória do servidor, estado da CPU, entre outros clusters e kubernetes. 
  • Métricas de negócio: vinculadas a áreas de vendas, marketing e demais setores que, de algum modo, podem influenciar no desempenho do sistema e nos resultados da empresa.

Rastreamento

O rastreamento, ou rastreabilidade, é o que permite que uma solicitação, partindo de qualquer parte do sistema, possa ter seu percurso acompanhado do início ao fim. 

Nesse caso, o objetivo é ter a totalidade de informações necessárias para verificar erros, tempo de resposta e consultas ao banco de dados feitas em busca de uma solução. 

Para essa função, as empresas podem adotar ferramentas APM (Application Performance Monitoring) ou então buscar soluções especializadas de Rastreamento como o Jaeger. OpenTelemetry ou AWS X-Ray.

Como aplicar o monitoramento?

O papel desempenhado pelo monitoramento reside em responder a duas questões fundamentais: “o que está quebrado?” e “por que está quebrado?”.

Portanto, o monitoramento possibilita que a equipe acompanhe e compreenda o funcionamento de um sistema. Para isso, quanto mais observabilidade houver, mais eficiente será o monitoramento.

Para aplicar o monitoramento, é necessário contar com uma tecnologia adequada para esse propósito. Essa tecnologia deve ser capaz de automatizar o monitoramento de métricas e comportamentos de interesse para que eles possam servir ao aprimoramento da infraestrutura.

Para todas as funções necessárias, felizmente, hoje o mercado conta com excelentes opções de softwares que tornam o trabalho de observabilidade e monitoramento muito mais prático, liberando a equipe de desenvolvedores para lidar com outras demandas prioritárias.

Porém, é importante levar em conta que a observabilidade e o monitoramento, por si só, não vão resolver os problemas causados por falhas imprevistas. Para isso, é necessário contar com uma equipe preparada para lidar com a gestão de incidentes. Então, aproveite e continue atualizando seus conhecimentos aprendendo o que é a gestão de incidentes e como aplicá-la!

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